terça-feira, 20 de outubro de 2009


A chuva continua a cair.
Enquanto vejo o mundo acontencendo lá fora, minha mente divaga por problemas tão pequenos.
Fúteis.
Mas que já foram imporantes pra mim.
Basta que feche os olhos e posso ver o quanto sinto sua falta.
Como na última discussão, enquanto a música tocava para todos, víamos o abismo que fora criado.
Intransponível. Inatingível.
Por mais que tentasse, as chances de cair são grandes.
E, mesmo assim, eu quase me arrisquei. Cheguei à beiradinha.
Perdendo o equilibrio.
Inebriado pelo aroma de sua voz que aquecia meu coração.
Mas há um abismo entre nós.
Abismo este que, mesmo aqui do meu lado.
Mesmo aqui, pertinho de mim.
Mesmo aqui, me abraçando dizendo que tudo isso irá passar.
Não consegues me ouvir gritar que pra sempre irei te amar.
Não consegues.
Porque...
Há um abismo entre nós.
XxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXxXx
Um relampago me devolve à realidade...
O estrondo do trovão ressoa dentro de meu alquebrado coração.
Silencio.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Corra, Dinnus, Corra

Quantas aspirações podemos ter na vida?
Uma? Duas? Dez? Infinitas?

Este é o sentido da vida?
Ter um objetivo a ser alcançado?

Encontrei com um amigo ontem que estava radiante. Não por menos, aquele carro pelo qual ele lutou a vida inteira estava, finalmente, em sua garagem.
Como sou seu amigo há muito tempo, pude acompahar todos os sacrificios que fez para poder ter o tão sonhado carro zero quilêmetro...
Mas... e agora?
Arruma um novo objetivo?

Não sei... pelo menos, enquanto não terminar de pagar este carro, não poderá pensar em outra coisa tão dispendiosa.

Conheci uma outra pessoa que tinha apenas uma ambição na vida: ser rica. Quando nos encontrávamos e ficávamos altas horas conversando, ela dizia apenas isso: "- Um dia, serei rica. Não importa como. Mas eu serei".
Aquela obstinação me fascinava. Puxa, será que um dia serei tão determinado assim também?? Gostava de ver os planos que ela traçava e tudo mais...

Hoje.

Ela ficou rica?

Sim. Casou-se um um jovem e promissor oftalmologista.
Possui um carro luxuoso, uma boa conta bancária, viaja para o exterior quatro vezes por ano, casou-se em Paris, frequenta a alta sociedade paulistana.

É feliz?
Não.

Temos nos encontrado e ela diz que era feliz quando naõ tinha nada, quando valia a pena poder acreditar, lutar por alguma coisa. Que sente-se sozinha demais e que não teve a chance de viver o verdadeiro amor.....

Pois é.....

O verdadeiro amor.....

Essa é a meta da maioria das pessoas........

Viva....
Seja dormindo ou escalando uma montanha... apenas viva o agora.......

E, se possível, junte um dinheirinho também......

risos......

PS: fiz algo que há muito não fazia.... compus!!!! não é um clássico, mas ficou muito acima da média do que costumo fazer... novamente a minha chama eterna voltou a queimar para sempre!!!!

domingo, 23 de agosto de 2009

Não devia ser muito tarde. Provavelmente nem sete horas ainda eram. Mas parecia que faltavam apenas alguns minutos. A que horas devia passar por lá mesmo? Oito? Oito e meia? Não. Era pra passar as nove. Sabia muito bem. Mas a ansiedade não deixava em paz. Será que deveria trocar de camisa? Estava exibida demais? E se passasse uma idéia incorreta? A de que era metido demais? Intelectual demais? Ou fútil demais? Não. A camisa estava boa. Comprada em uma loja de renome, nem havia terminada de pagá-la ainda. Com certeza ela irá gostar. E o perfume? Pouco? Muito? Doce demais? Não. Estava bom também. Essa ansidade estava sufocando. O melhor seria sair um pouco. Caminhar. Ir por um caminho mais longo, para que o tempo ajudasse e passasse mais rápido. Mas e se, caminhando, algo desse errado? Se o aroma do perfume se dissipasse? Se acabasse se sujando? Veria TV. Droga. Nada de interessante passando. O nervosismo é tão grande, que nem uma revista conseguiria ver. O certo seria sair mesmo de casa. Talvez o agito da rua faça com que esqueça um pouco dos seus dilemas. Por mais que ande, suas pernas parecem fraquejar a cada passo. Seria nervosismo? E essa boca seca que incomoda tanto? E este barulho? Seria o tic-tac do relógio de pulso? Não, não. São apenas as batidas do coração. E se algo der errado? E se não for como espera? As horas não passam. Sentar em algum lugar seria uma boa opção. Comer? Não. Poderia causar uma má impressão. Beber algo? Também não. Falta pouco. Um, dois quarteirões no máximo. Nunca reparou de fato nesta rua. É impressão ou ela está mais bonita que antes? Parece que a cidade está diferente. Mais bonita que o usual. Que sufoco estranho é esse? Qual o número mesmo? 1640? Ou 1460? 1450... 1452... 1454... é aqui! 1460. Bater? Está pouco antes do horário previsto. Mas é melhor que ficar com essa angústia toda. O bater de suas mãos naquela massa de mogno foi o único som da cidade que ouviu. Como se tudo houvesse parado. Tudo estivesse morto.
Assim como, sua última lembrança fora da luz que irradiou de seus olhos.

As próximas horas foram mágicas demais para que lembrasse de algo.

No outro dia, acordou com uma dor de cabeça horrivel.
Provavelmente resultado das poucas horas de sono.
Que houve? Não se lembra...
Mas, apesar de tudo, da dor de cabeça imensa e da recém-adquirida-amnésia
Sentia-se bem. Não. Sentia-se maravilhoso. Enorme. Gigante. Poderoso. Forte.
Mesmo sem saber o porquê.

Não tem problema. De algo lembrava.
Lembrava-se apenas de quatro palavras...

"adorei ter te conhecido..."

Sobre a outra margem...

" Sobre a outra margem irei esperar...
Não importa por quanto tempo.
Mas eu irei esperar.

Esperarei que venhas navegar
Em águas tranquilas.
Não importa o quanto,
Eu irei esperar.

Sobre a outra margem
Terei a esperança que finalmente
Poderei te examinar.
Percorrer meus dedos em seu rosto.
Repetindo o que fiz milhares de vezes
No silêncio...

Te desenhar.

Sobre a outra margem irei esperar
Que você se livre das desgraças de vidas passadas.
Que o passar dos anos te deixe mais leve.
Para que possas alcançar.
O outro lado da margem
Onde estou a te esperar.

Sobre a outra margem irei esperar
Seus dias felizes e tristes
O fim de toda essa distância.
Os segredos que não me foram compartilhados.
As palavras de amor que não me foram ditas
Os sonhos que não conheci.
Os abraços que tanto precisei.
Os sorrisos que não me deu.
Tudo o que perdi.

Do outro lado da margem
Te vejo navegar
Por entre brumas de agosto
Sempre longe de mim
Navegas em mares azuis
Como a imensidão de meus sonhos
Que sempre buscam a luz
Que seus olhos já jogaram em mim.

Mas o tempo, doce menino
A tudo transforma
E o mar nos separa
E os ventos nos distrai
E os céus nos ocupam
E as estrelas nos fascinam
E as flores nos enebriam
E a música nos completa.

Mas...
Ao dormir....
Nunca se esqueça...
Que...

Sobre a outra margem, irei esperar.
O tempo que quiser.
Ah sim! Irei esperar..."

PS: Feito em São Paulo, Zona Oeste, em uma noite de inverno, em um bar, ao som de James Blunt, em uma mesa com seis ou oito pessoas, alheio a tudo, num momento de ternura, em um guardanapo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

"O mel do romance, tão doce
Nos envolve...

Através da grama selvagem
nós corremos, de braços dados,
apenas nós.

O mel do romance, nosso deleite.
E meus braços, te enlaçam docemente.
Somos só nós.

Seu encanto, tão raro
Minha vontade exposta
Nos braços, nós ousamos

Eu beijarei sua boca e seus olhos escuros
E me perderei em seus olhos escuros
Cairei direto até o fim de sua alma, sua mente,
seus céus.

Nossos membros entrelaçados
Eles vêm nossas mentes
E a esperança de nos encontrarmos

Os lábios vermelhos de sua boca me chamam
Sua mente é minha vontade
Sua carne minha natureza
Quente, macia, lisa, minha!

Eu necessito por nada
Sua mente acolhe meus pensamentos
Incorporando a escuridão,
tão perto,
entrelaçados

Nós andamos afastados para o nada
E ninguém encontrará...

Tendo apenas nossos braços,
dormiremos calmamente.

Eu a puxei para perto de mim, perto de mim, em mim."

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

E se...


Neste final de semana, fui "forçado" a assistir a um filme "curioso".
"A máquina do tempo", com Guy Pearce.
Confesso que estava meio cético com este filme.
"puxa, filme meio antigo, não conseguiu receptividade nenhuma, nunca vi ninguém comentando sobre..."
Mas, vamos assistir.
E, pra minha surpresa, constatei que é um bom filme!
Conta a história de Alex, um professor universitário que, em uma fatalidade, acaba perdendo o grande amor de sua vida.
Nos quatro anos seguintes, Alex debruça-se sobre seus estudos para desenvolver aquilo que permeia o inconsciente de todos nós: "a Máquina do Tempo".
Seu intuito, era voltar e impedir a morte de sua amada. E ele consegue. Consegue fazê-la sobreviver. Porém, como Alex perceberia mais tarde, o curso da história não pode ser mudado. E esta passa a ser a primeira grande pergunta (mistério?) do filme:
"Por que, por mais que eu faça tudo diferente, não posso mudar o passado?"
Por que?
Passamos a primeira parte do filme com essa pergunta na cabeça. Por que?
Por que o passado é imutável?
Por que mesmo que eu faça apenas boas ações, sempre serei lembrado pelos erros passados?
Por que não conseguimos perdoar de verdade, com o coração, quem nos trai? Quem nos fere a confiança?
Por que os fantasmas da dúvida não vão embora? Por que insistem em nos procurar, mesmo quando tudo ficou tão pra trás?
Torcemos para Alex conseguir resolver seu dilema, pois nos enxergamos um pouco em Alex.
Todos somos como Alex: Dotados de boas intenções, mesmo acumulando erros pelo caminho.
Porém, com tantas desventuras, Alex acaba indo parar no futuro... 800 mil anos à frente.
Numa época onde a Lua não é mais a mesma e o ser humano está passando por uma horrivel evolução...
E então, surge a segunda grande pergunta do filme. Pergunta essa, que fará com que a vida de Alex mude por completo, deixando-nos mais perdidos ainda.
"E se...?"
Essas duas palavras regem o universo.
Podemos ser seguros de si, tomar as decisões mais práticas, indolores, comuns que, mesmo assim, ainda nos pegaremos pensando em como seria se tomássemos outras decisões...
E se... eu não estivesse aqui escrevendo?
E se... eu continuasse fumando?
E se... você me ligasse agora?
E se... aceitasse aquela xícara de café?
E se... não tivessemos perdido aquele jogo?
E se...
A vida de Alex mudou completamente com essa pergunta...
Inconscientemente, a de todos nós também...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Considerações...

Há três horas atrás sentei aqui pra escrever...
Três horas.
Mas não consigo. Não consigo uma letra de música. Não consigo uma história antiga. Não consigo formular frases com mais de 20 palavras. Não consigo fechar os olhos e deixar que minha alma dite o que o coração quer dizer.

Coração...
Acho que vou levar uma vida inteira pra entender o meu. E, mesmo assim, talvez não consiga.
Não que ele seja rebelde, confuso ou coisa do tipo.
Na verdade, nem sei o que se passa com ele.

Gosto do que é obscuro. Dificil. Confuso. Me apego de maneira incondicional.
E, com isso, sofro.
Sofro demais. Todos os dias. De forma silenciosa, mas sofro.
Tanto que o pior momento do meu dia é quando encosto a cabeça ao travesseiro.
Um momento sufocante. De completa solidão.
Talvez por isso eu tenha ligado o dvd nessas últimas noites em que tentei dormir.....
Pra não prestar atenção em mim.

Quem prestaria atenção em mim?

"ei, não se preocupe... eu vou cuidar de você..."

"pra sempre?"

"pra todo o seu sempre..."

Pluft !

PS: Quase quatro horas.... só saiu essa "galhofada" ai acima..... vou jantar, mais tarde tento novamente....

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Errata...

Cometi um pecado mortal no post abaixo...
Nao citei a fonte da foto.

Foto tirada pela minha passagem pela ESPM de Porto Alegre.
Fui muito bem recebido. Pessoal super agradável e bem humorado.
As gurias da foto, Renata e Ana Paula, sensacionais.

Amei PoA.

Eu comunico, tu comunicas, ele comunica...


Acho que uma das maiores virtudes do ser humano é o dom da comunicação.
E também, a sua maior desgraça.

Dou muito valor a quem consegue se comunicar...
Não importa como. Não importa por qual maneira de linguagem.
Não importa.

O importante é demonstrar seus sentimentos. Tanto os mais claros, como aqueles bem escondidos. Reprimidos.
Lembro que quando era pequeno, morei um tempo em Minas Gerais.
Interior mesmo. E meu pai tinha algumas pessoas que trabalhavam pra nós. Humildes mesmo. Não eram agraciados com energia elétrica, saneamento básico, nada. Nunca estiveram fora daquela cidade e o agente influenciador de opiniões, para eles, eram duas pessoas: o pároco local, que mandava ideologicamente e meu pai, que representava o poder. Para eles.

Eu era menino. Deveria ter uns seis anos. Sete, no máximo. Mas lembro-me com perfeição. Aguardava ansiosamente as seis horas da tarde, todos os dias. Essa era a hora em que terminavam o serviço e, enquanto se preparavam para ir embora, contavam "causos" sensacionais, regados a muito bolo e café com leite preparados pela minha mãe.

Como eu viajava naquelas palavras. Era a história do Tião do Mato que, sozinho, encarou uma onça que habitava solitariamente o alto das montanhas. Ou do João de dona Zefa, que num jogo de futebol da cidade, foi atingido por um raio e marcou quatro gols em seguida. Como me esquecer do Zé Afonso, que conseguia vir correndo e dar uma cabeçada em um boi (nunca vi, mas ele me dizia que fazia isso todos os dias ao acordar). Velho Vicente Aleixo, que contava todos os capítulos das radionovelas que ouvia quando era menino.

E quando chegava a sexta-feira?
Ao término da "labuta", havia o tradicional futebol no terreiro...
Atravessava a noite. Uma algazarra só. Todos jogavam. Desde um menino pentelho, ranhento e extasiado como eu, até mesmo um senhor todo encurvado, banguela, mais de 80 anos, como Tonico de Dorinha.
E a festa era uma só. Todos gritavam, corriam. Um sanfoneiro alegrava a todos a noite inteira.
As mulheres vinham chegando ao cair da noite e, assim que terminava a ultima partida, o campo se transformava em uma grande pista de dança.

Uma vez, em uma sexta-feira arquivada no tempo, eu estava jogando em um dos times. Não me lembro ao certo, mas acho que era jogo importante. Quase meia-noite. Eu ali, correndo pra lá e pra cá. Hoje, vejo que estava apenas fazendo número no time. Mas estava radiante.
E no final, penalti para o meu time. Finalzinho de jogo. Um jogo tenso. Pra minha surpresa, o Zé Geraldo pegou a bola e veio em minha direção... "Toma toquinho (nossa, nunca mais ninguém me chamou de toquinho), bate que a gente vai ganhar!!"

"Eu vou errar. Não sou como você." disse.
"Não. Você não é como eu. Você é melhor do que eu."
"Não sou não. Eu queria é ser como você"
"Você, um dia, será melhor que eu. Sei disso. Mas agora pega a bola. Conta seis passos, bate com a parte interna do pé. A bola vai fazer uma curva pra fora, tirando o goleiro da jogada."

Pura física.
Momento de gênio para alguém que nunca estudou na vida.

Mas sabe, como um "doutor", se comunicar.
Usar as palavras.
O corpo.

Sabe sorrir.

PS: Estive em Minas há pouco tempo. Fazia muito tempo que não ia lá. Revi muita gente. Outras, só consigo rever em meu coração, já que estão contando causos em algum lugar do céu.
E revi também o Zé Geraldo. Pais de três filhas lindas, os primeiros cabelos brancos aparecendo... Mesmo sorriso. Mesma gargalhada. Mesmas histórias...

É Zé... Nunca serei melhor que você.

PS2: Ah, foi gol. Acho hoje que o goleiro deixou. Mas não importava isso na hora. Comemorei como final de Copa do Mundo...










segunda-feira, 27 de julho de 2009

Caminhos

Pra tudo na vida, existem vários caminhos a serem seguidos...
Pare e pense: Qualquer decisão que precisar ser tomada, é um novo caminho que se abre a sua frente. E assim vamos recheando nossas vidas com as mais perfeitas e tortuosas curvas que existem.

Mas...
E os caminhos que não trilhamos?
Sim. Afinal de contas, cada uma das decisões que tomamos implicam em "não-escolhas".

Se optei por passar um dia inteiro na rua, perdi um dia inteiro em casa.
Se não liguei para alguém, não sei o que mudaria no caminho de minha vida se tivesse ligado.
Se gosto de alguém, deixo de caminhar próximo a uma outra pessoa.

Milhares de "quase caminhos" vão surgindo... Tomamos vida em dimensões paralelas... A dimensão do "se". Ou do "o que aconteceria". Ou ainda a dimensão do "será que estou fazendo a coisa certa".

São caminhos.
Estamos em São Paulo, manhã de sexta-feira, chovendo muito, e a Marginal completamente parada...

Qual caminho seguir?

Você sabe?
Ele sabe?
Eu sei?

Não importa.

Apenas curta intensamente o caminho a ser seguido. Desfrute. Saboreie-o.
E permita-se milhões de vezes em sua vida a buscar atalhos. Desvios e caminhos longos e demorados são muto bem-vindos.

Afinal, o que importa de verdade é caminhar!!